
— edição Business —
Bom dia! Este é o Daily Fin Business – nossa edição especial aos domingos, com insights e notícias sobre o mundo dos negócios.
As principais notícias de hoje são:
🤖 Meta treina seus bots para puxar conversa — e o negócio é bilionário.
🎸 Banda que nunca existiu atinge 1 milhão de ouvintes no Spotify.
📱 YouTube Shorts bate 200 bilhões de visualizações por dia.
P.S.: Primeira vez lendo? Clique aqui para se inscrever no Daily Fin.
Quer nos dar um feedback? É só enviar um e-mail para [email protected]. Vamos ler tudo!
Tempo de leitura: 5,53 minutos.
PARA AVALIAR O IMPACTO 💭
Meta treina seus bots para puxar conversa — e o negócio é bilionário

Imagem: Axios | Reprodução
Mensagem inesperada. Imagine abrir o Instagram e receber: “Oi! Já testou aquele bolo de cenoura? Se quiser outras ideias, estou aqui 😉”.
Parece apenas uma lembrança simpática, mas é o tipo de interação que a Meta quer tornar comum com o “Project Omni”. O recurso, ainda em testes, permitirá que bots criados no AI Studio iniciem conversas com usuários de forma proativa e personalizada, com base no histórico de interações.
Para funcionar, será necessário que o usuário tenha trocado, pelo menos, cinco mensagens com o bot nos últimos 14 dias. Só assim o bot poderá enviar uma mensagem de follow-up. Caso o prazo expire ou a conversa seja ignorada, o bot perde a permissão de contato e só poderá voltar a interagir se o usuário retomar a conversa.
Essas interações seguirão diretrizes específicas: devem ser úteis, positivas e relacionadas ao contexto anterior da conversa. Temas considerados sensíveis — como saúde, finanças ou questões legais — estarão proibidos.
Por trás disso, há uma estratégia clara: mais engajamento gera mais dados — e, com isso, mais oportunidades de negócio. A Meta estima que suas soluções com IA generativa podem gerar de US$ 2 a 3 bilhões em receita já em 2025.
Mark Zuckerberg também atribui aos bots um papel mais emocional, especialmente como companhia para pessoas que enfrentam momentos de solidão. Outras plataformas, como Character.AI e Replika, já exploram esse tipo de vínculo — e a Meta quer disputar esse espaço.
Ampliando a visão: No cenário mais amplo, a Meta vem acelerando seus investimentos em inteligência artificial. Além de contratar profissionais vindos da OpenAI, a empresa também fez um aporte estimado em US$ 14,3 bilhões na Scale AI. O fundador da startup, Alexander Wang, deixou a liderança da empresa e agora comanda uma nova divisão de IA dentro da própria Meta.
💭 E o plano é ainda mais ambicioso: a Meta pretende investir até US$ 65 bilhões em inteligência artificial até o fim de 2025, incluindo infraestrutura, chips e desenvolvimento de modelos.
ESPORTES E CONSUMO

Imagem: Bloomberg News | Reprodução
🏎️ Emoção nas pistas, conexão nas redes. A nova pesquisa global da F1 mostrou como a base de fãs do esporte está mudando — e rápido. Com mais de 100 mil respostas em 186 países, o levantamento revelou uma nova era de torcedores: mais jovens, mais conectados e, cada vez mais, mais mulheres. Hoje, 70% da Geração Z nos EUA consome conteúdos de Fórmula 1 todos os dias, principalmente por vídeos e redes sociais. Entre os novos fãs, três em cada quatro são mulheres — que já representam 25% do público total, frente aos 10% registrados em 2017.
A conexão também é emocional. 90% dos entrevistados dizem se importar com os resultados das corridas e dois terços se sentem pessoalmente inspirados pelos pilotos — dentro e fora das pistas. E isso influencia até o consumo: um em cada três fãs diz dar preferência a marcas patrocinadoras da categoria.
Em resumo… Se, antes, só Lewis Hamilton era ídolo global, atualmente, quase todos os pilotos têm fã-clubes. A F1 segue movida por performance, inovação e tradição — mas é a Geração Z, especialmente as mulheres, que está mudando a forma de torcer.
🍎 Virada no jogo. Pela primeira vez em dois anos, as vendas de iPhones na China voltaram a crescer. Segundo a Counterpoint Research, houve alta de 8% no segundo trimestre de 2025 — um alívio para a Apple, que tenta recuperar terreno em um de seus mercados mais estratégicos. A alta foi impulsionada por promoções em seus produtos — quando grandes varejistas chinesas aplicaram descontos nos modelos da linha iPhone 16.
Ao mesmo tempo, a pressão nos bastidores continua. Donald Trump vem defendendo que os iPhones sejam fabricados nos EUA, com ameaças de novas tarifas caso isso não aconteça. A Apple, por sua vez, já prometeu investir US$ 500 bilhões em território americano nos próximos quatro anos — mas trazer toda a produção para casa ainda parece pouco viável.
Enquanto isso… A Huawei, empresa chinesa alvo de sanções americanas, vem crescendo continuamente desde 2023. No último trimestre, suas vendas subiram 12% e a empresa manteve a liderança do mercado chinês, à frente da Vivo (2º) e da própria Apple (3º).
SERVIÇOS E ENTRETENIMENTO

Imagem: The Wall Street Journal | Reprodução
🎤 Ao vivo no “tudum”. A Netflix quer ser muito mais que séries e filmes sob demanda. Após anos como símbolo da “TV por assinatura moderna”, a plataforma agora quer oferecer uma experiência completa — e está discutindo formatos como entrevistas, documentários, premiações musicais e até shows em parceria com o Spotify.
O movimento faz sentido: Com milhões de lares já sem TV a cabo, a Netflix virou o centro do entretenimento doméstico. Para manter essa posição, está apostando em variedade — de dramas e comédias a realities, esportes e conteúdos para toda a família. Tudo isso também fortalece seu plano com anúncios, que depende de uma programação mais ampla e acessível.
Quadro geral: No último ano, a Netflix comprou os direitos do Raw, principal competição da WWE, e fechou um acordo com a NFL para transmitir os jogos de Natal de 2025 e 2026 — com direito a show do intervalo da Beyoncé. A plataforma também será a responsável pelas transmissões da Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 2027 e 2031, nos EUA. Mais recentemente, a Netflix anunciou uma parceria com a NASA para transmitir lançamentos de foguetes e caminhadas espaciais.
O streaming está se reinventando — e, ao que tudo indica, a TV ao vivo do futuro vai começar com um “tudum”...
🎥 Curto, direto e bombando. O YouTube Shorts registrou um crescimento de 186% em 2025 e bateu a marca impressionante de 200 bilhões de visualizações por dia — quase o triplo das 70 bilhões do ano anterior. Com isso, a plataforma está se consolidando como um dos principais rivais do TikTok no universo dos vídeos curtos.
Contextualizando: Lançado em 2021, o Shorts nasceu para competir diretamente com o app chinês, que conta com 1,6 bilhão de usuários. Hoje, porém, quem lidera em base é o Shorts, com 2 bilhões de usuários ativos.
Outros dados mostram a força da tendência: O tempo médio diário no Shorts já ultrapassa 52 minutos por usuário e mais de 70% dos canais ativos no YouTube produzem conteúdos no formato. Em maio, o YouTube também foi líder em audiência televisiva nos EUA pelo quarto mês seguido, com 12,5% de participação — à frente de Netflix, Disney+ e Prime Video.
Vale dizer que, desde o final de março, o Shorts passou a contar as visualizações a partir do momento em que o vídeo começa a ser reproduzido ou re-reproduzido, sem a necessidade de um tempo mínimo de visualização. Isso significa que, agora, cada visualização é registrada desde a primeira reprodução — o que gerou um aumento considerável nas impressões iniciais. No fim das contas, isso atrai mais usuários e cria mais oportunidades de monetização para os criadores.
TECNOLOGIA

Imagem: Spotify | Reprodução
🎸 Arte ou marketing? Em menos de um mês, a banda The Velvet Sundown conquistou o que muitos músicos levam anos tentando: mais de 1 milhão de ouvintes no Spotify. O único detalhe? Nenhum integrante é real. O grupo inteiro — das composições às fotos promocionais nas redes sociais — foi criado por inteligência artificial.
Por trás do sucesso: Para a criação das músicas, o projeto usa a plataforma Suno — capaz de gerar canções a partir de comandos de texto simples e famosa pelas recentes disputas jurídicas por violação de direitos autorais com gravadoras como Sony, Universal e Warner. Já para a criação da identidade da banda, foram criados nomes fictícios como Gabe Farrow e Lennie West.
O som remete ao rock psicodélico dos anos 70, com referências de bandas da época — escute aqui. Em pouco tempo, a The Velvet Sundown já lançou dois álbuns e tem o terceiro marcado: “Paper Sun Rebellion”, com lançamento no dia 14 de julho.
Ampliando a visão: O caso escancara um novo capítulo da música e criação de conteúdo digital. Num cenário onde mais de 120 mil faixas são lançadas diariamente, a banda mostra que, hoje, nem tudo precisa ser real para fazer sucesso.
Falando em conteúdo de IA… No TikTok, os vídeos da “apresentadora de TV” Marisa Maiô já contam até com propagandas de marcas como Mercado Pago e Amstel.
🤖 Freio na IA. Por mais que músicas e vídeos já façam parte do escopo da inteligência artificial, gerir um negócio ainda parece estar um pouco além de suas capacidades. A Anthropic resolveu testar isso na prática: colocou seu chatbot Claude no comando de uma vending machine — que vende salgadinhos e refrigerantes. A missão foi a mesma de qualquer negócio: gerar lucro. A IA decidia o que estocar, como precificar produtos e como responder aos clientes — interagindo com funcionários da própria Anthropic por um canal no Slack. O resultado foi um gerente “à la Michael Scott”, de The Office:
A IA recusou uma oferta de US$ 100 por um pacote de refrigerantes que custa US$ 15;
Inventou uma conta bancária inexistente e fez clientes mandarem dinheiro para o lugar errado;
Ficou obcecada por cubos de tungstênio depois que um cliente sugeriu que os tivesse em estoque;
Esqueceu que era uma IA e prometeu fazer entregas “em pessoa”, de blazer azul e gravata vermelha. Depois, justificou tudo dizendo que era uma pegadinha de 1º de abril.
Apesar do caos, Claude teve seus méritos: criou um sistema de pré-vendas, sugeriu fornecedores e até lançou um serviço “concierge”. Além disso, a Anthropic afirma que muitos dos erros poderiam ser corrigidos ajustando os prompts do modelo. O gerente de IA para o seu negócio pode ainda não existir, mas certamente está no radar das big techs… 💭
NÚMEROS QUE BALANÇAM 🔎
Confira outras notícias cujos números surpreenderam nossa equipe e que podem mudar sua percepção.
🏙️ Nova York? Não, Sinop. World Trade Center lança torre de R$ 6 bilhões no Mato Grosso.
🚁 Pão de queijo & helicópteros. Com R$ 1 bilhão de investimento, helicópteros da Airbus vão ser produzidos em MG.
🔍 Privacidade violada. Google é multado em R$ 1,7 bilhão por coletar dados de usuários de Android sem consentimento.
🚗 Freio no balanço. Renault registra 9,5 bilhões de euros em prejuízo com participação na Nissan.
Daily Fin ☕
Foi um prazer estar com você neste domingo. Até amanhã! 👋
Todos os dias, por volta das 06h30, na sua caixa de entrada! Caso não encontre o nosso e-mail, procure na sua caixa de promoções ou spam.
Para ficarmos na mesma página: A edição de domingo do Daily Fin é uma versão especial do Daily Fin tradicional, que circula de segunda a sábado. É um prazer ter você com a gente todos os dias!
Adoraríamos saber o que você achou da newsletter de hoje. Sua opinião nos ajuda a melhorar ainda mais nossos conteúdos. 👇
A edição de hoje foi…
Destaque sua marca. Clique aqui e torne-se nosso próximo anunciante.
Texto e curadoria das notícias: André Hermeto, Gabriel Branco e Gabriel Fraga.